

Filósofo Byung-Chul Han vence Prêmio Princesa das Astúrias de Humanidades
O filósofo e ensaísta alemão de origem sul-coreana, Byung-Chul Han, um dos principais analistas da "sociedade do cansaço" contemporânea, recebeu nesta quarta-feira (7), na Espanha, o Prêmio Princesa das Astúrias de Comunicação e Humanidades 2025, por suas reflexões sobre digitalização e desumanização.
Este pensador, considerado uma estrela da Filosofia Contemporânea, foi reconhecido "por sua genialidade na interpretação dos desafios da sociedade tecnológica", segundo a ata do júri convocado pela Fundação Princesa das Astúrias.
Crítico do neoliberalismo, Byung-Chul Han ganhou popularidade com suas análises do que chamou de "sociedade da exaustão", na qual identifica características preocupantes como a autoexploração disfarçada de realização pessoal, o abandono da reflexão e a predominância do narcisismo.
Nascido em Seul em 1959, Byung-Chul Han estudou Literatura e Teologia na Universidade de Munique e Filosofia na Universidade de Freiburg, onde fez seu doutorado em 1994.
Como professor, lecionou na Universidade de Basileia, na Suíça, além da Universidade de Belas Artes de Berlim e na Escola Superior de Design de Karlsruhe.
- 'Ouvidos tapados' -
Autor prolífico de obras como os bem-sucedidos "Sociedade do cansaço", "Sociedade da transparência" e "Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida", ficou conhecido por suas análises ácidas da sociedade contemporânea, onde a falta de pausa e reflexão levou à exaustão e à doença.
"As pessoas andam por aí com os ouvidos tapados", afirmou em entrevista ao jornal espanhol El País em 2023.
"Não conseguem ouvir, e isso significa que estão desconectados do mundo, dos outros. Só ouvem a si mesmos, presos em seus egos", acrescentou.
Embora tenha começado os estudos técnicos na Coreia do Sul, esse amante do piano enganou seus pais para estudar filosofia na Alemanha.
Considerado sucessor de pensadores como Roland Barthes, Giorgio Agamben e Peter Sloterdijk, seus críticos o acusam de escrever de forma superficial.
Comunicação e Humanidades foi o primeiro de oito dos prêmios concedidos anualmente, um por semana, pela Fundação Princesa das Astúrias.
Criados em 1981, são compostos por 50 mil euros (324 mil reais) e uma escultura criada pelo catalão Joan Miró.
J.Hill--PI