

Enviado de Trump viaja à Rússia para negociar sobre Ucrânia
O enviado americano Steve Witkoff viajará a Moscou nesta quarta-feira (5) para se reunir com líderes russos, poucos dias antes de expirar o ultimato do presidente Donald Trump para que a Rússia interrompa sua ofensiva na Ucrânia.
As relações entre Moscou e Washington se deterioraram desde a semana passada, após Trump ter enviado dois submarinos nucleares em resposta a declarações do ex-presidente russo Dmitri Medvedev.
Além disso, o presidente dos Estados Unidos havia dado à Rússia um prazo de dez dias, até sexta-feira, para cessar sua ofensiva na Ucrânia ou enfrentar novas sanções, ainda não especificadas.
Trump ameaçou impor tarifas secundárias a países que mantêm comércio com a Rússia, como China e Índia.
Witkoff, braço direito de Trump em missões de paz, já se reuniu várias vezes com o presidente russo, Vladimir Putin, sem conseguir que Moscou encerrasse as hostilidades.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu nesta terça-feira que os países ocidentais "aumentem a pressão" sobre os lucros do petróleo russo.
Ele também anunciou ter conversado por telefone com Trump sobre sanções contra Moscou e cooperação militar.
O presidente americano, que iniciou seu segundo mandato em janeiro prometendo pôr fim à guerra na Ucrânia em poucos dias, está cada vez mais frustrado com Putin.
Quando jornalistas perguntaram qual será a mensagem de Witkoff em Moscou e se a Rússia pode evitar sanções, Trump respondeu: "Sim, chegando a um acordo para que as pessoas parem de morrer."
O Kremlin classificou as ameaças como "ilegítimas".
– Compra de armas –
Apesar da pressão americana, os combates continuam.
Seis pessoas morreram em ataques russos no sul e nordeste da Ucrânia, segundo autoridades locais.
A força aérea afirma ter derrubado 29 drones na noite de segunda-feira no norte e leste do país.
O Exército russo disparou 6.297 drones contra a Ucrânia em julho, um recorde desde o início da invasão em fevereiro de 2022, segundo uma contagem da AFP baseada em dados fornecidos pelas autoridades ucranianas.
No lado russo da linha de frente, bombardeios ucranianos mataram quatro pessoas em Svatove, no oblast (região administrativa) de Lugansk, ocupado pelas forças de Moscou, informou o dirigente local Leonid Pasechnik no Telegram.
Para reforçar as defesas da Ucrânia, Suécia, Dinamarca e Noruega anunciaram nesta terça-feira a intenção de comprar armas dos arsenais americanos.
Estocolmo, Copenhague e Oslo doarão 500 milhões de dólares (R$ 2,7 bilhões) em ajuda militar, incluindo sistemas de defesa aérea, armas antitanque, munições e peças de reposição.
"A Ucrânia não luta apenas por sua própria segurança, mas também pela nossa", destacou o ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, em entrevista coletiva.
No mês passado, o presidente americano anunciou um projeto em colaboração com o chefe da Otan, Mark Rutte, para que os aliados europeus e o Canadá adquiram armas americanas, incluindo sistemas avançados Patriot.
Vladimir Putin afirmou na sexta-feira que deseja a paz, mas se recusa a abrir mão de suas exigências. Ele pede que a Ucrânia ceda quatro oblasts parcialmente ocupados (Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e a qualquer adesão à Otan.
Kiev considera essas condições inaceitáveis.
P.Mitchell--PI