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Principal líder sindical do Panamá pede asilo na embaixada da Bolívia
Principal líder sindical do Panamá pede asilo na embaixada da Bolívia / foto: Martin BERNETTI - AFP/Arquivos

Principal líder sindical do Panamá pede asilo na embaixada da Bolívia

O principal líder sindical do Panamá pediu asilo nesta quarta-feira (21) na embaixada da Bolívia após a prisão de outro dirigente sindical, em um contexto de protestos contra o presidente José Raúl Mulino.

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O poderoso sindicato da construção Suntracs mantém um forte embate com o governo panamenho por conta de uma reforma nas pensões, entre outras questões. Saúl Méndez decidiu pedir asilo depois que o governo fechou uma cooperativa do Suntracs e prendeu Jaime Caballero por suposta lavagem de dinheiro.

Méndez "pediu asilo na madrugada desta quarta-feira na embaixada da Bolívia", embora "não exista ordem de prisão" contra ele, informou à AFP uma fonte que preferiu não se identificar.

Pouco depois, a chancelaria informou em comunicado que "nas primeiras horas da madrugada desta quarta-feira, o senhor Méndez pulou a cerca da representação diplomática [da Bolívia], bateu à porta e, com uma nota em mãos, solicitou asilo político".

Acrescentou que o encarregado de negócios interino da embaixada, Carlos Javier Suárez, comunicou à chancelaria que o "pedido será analisado pelo Conselho Nacional de Refugiados em La Paz, que determinará se o senhor Méndez efetivamente se qualifica para a concessão do asilo".

Mulino enfrenta, há quase um mês, uma greve por tempo indeterminado dos trabalhadores da construção civil, que rejeitam a recente reforma da Caixa de Seguridade Social, além de outras medidas do presidente.

Um dos principais articuladores desses protestos é o Suntracs, considerado por Mulino como "uma máfia".

Também aderiram à greve os sindicatos dos trabalhadores do setor bananeiro e os professores, motivados tanto pela questão da Seguridade Social quanto pelo recente acordo com Washington que permite o envio de tropas dos Estados Unidos ao país para ajudar na proteção do canal do Panamá.

Os sindicatos também se opõem ao apoio manifestado por Mulino à reabertura de uma mina de cobre a céu aberto de capital canadense, que foi fechada pela Suprema Corte panamenha no final de 2023, em meio a protestos que quase paralisaram o país, organizados pelo Suntracs e por grupos ambientalistas.

O projeto de construção de um novo reservatório para fornecer mais água ao canal do Panamá também enfrenta resistência dos sindicatos, bem como das famílias camponesas que teriam de ser reassentadas.

Nas últimas semanas, houve manifestações esporádicas em várias regiões do país, algumas das quais foram reprimidas pela polícia.

L.Lewis--PI