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Congressista democrata é morta a tiros em meio a clima político tenso nos EUA
Congressista democrata é morta a tiros em meio a clima político tenso nos EUA / foto: Paul Battaglia - Minnesota State Legislature/AFP

Congressista democrata é morta a tiros em meio a clima político tenso nos EUA

Um homem matou a tiros uma congressista estadual democrata e seu marido e feriu outro parlamentar em Minnesota, em um episódio que o governador desse estado do norte dos Estados Unidos classificou como um ataque "por motivações políticas".

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O ataque ocorreu em meio a profundas divisões políticas nos Estados Unidos e enquanto milhares de pessoas se preparavam para sair às ruas em protesto contra as políticas do presidente republicano, Donald Trump.

O autor dos disparos continua foragido, e foi lançado um operativo de busca, informou a polícia.

Trump e a procuradora-geral Pam Bondi condenaram o que chamaram de "violência horrível" e afirmaram que os responsáveis enfrentarão "todo o peso da lei".

A deputada estadual Melissa Hortman, ex-presidente da Câmara de Representantes de Minnesota, e seu marido Mark foram assassinados em sua residência próxima a Minneapolis, declarou o governador Tim Walz em uma coletiva de imprensa.

Ela será "insubstituível", disse Walz sobre Hortman, de 55 anos e mãe de dois filhos.

O senador estadual John Hoffman e sua esposa Yvette ficaram feridos por disparos, declarou o governador com a voz embargada pela emoção. Acrescentou que as autoridades estão "cautelosamente otimistas" quanto à recuperação do casal.

"Este foi um ato de violência política seletiva", declarou Walz, ex-companheiro de chapa da ex-vice-presidente Kamala Harris na eleição presidencial de 2024, vencida por Trump.

"O diálogo pacífico é a base da nossa democracia. Não resolvemos nossas diferenças com violência nem à base de tiros", disse Walz.

Drew Evans, superintendente do Departamento de Apreensão Criminal de Minnesota, declarou que Hoffman e sua esposa foram os primeiros alvos dos disparos e que, cerca de 90 minutos depois, enquanto a polícia ainda investigava, Hortman e seu marido foram baleados.

O suspeito conseguiu escapar durante uma troca de tiros com agentes próximo à residência de Hortman, informou Evans à imprensa.

"Estamos procurando ativamente esse indivíduo neste momento", acrescentou.

Em ambos os casos, as autoridades acreditam que o agressor se passava por um agente da lei, informou a ABC News, citando uma fonte próxima à investigação.

Uma manifestação contra Trump prevista para ocorrer em Minnesota, como parte de uma série de protestos marcados para este sábado sob o lema "Sem Reis", foi cancelada depois que a polícia emitiu uma ordem de confinamento enquanto procurava o autor do ataque.

No carro do suspeito foi encontrado um "manifesto" com uma lista de congressistas, informaram as forças de segurança.

A polícia está à procura de um homem branco de cabelo castanho, que vestia um colete à prova de balas preto sobre uma camisa e calças azuis, segundo informou a emissora local KSTP.

– Tensão política –

Esse ataque ocorre poucas horas antes de Trump liderar, nesta tarde, um desfile militar — o primeiro em 30 anos na capital — em um clima político bastante tenso.

Os democratas criticam Trump por sua política de imigração drástica, seus ataques à educação e aos meios de comunicação, e pela percepção de que ele ultrapassa os limites do poder Executivo com uma agenda ultraconservadora.

"Neste momento crítico em que nos encontramos, este trágico acontecimento aqui em Minnesota deveria servir de lembrete para todos nós", disse Walz.

“A democracia e os debates nos corredores do Congresso, nas assembleias legislativas estaduais e nos conselhos escolares são formas de resolver nossas diferenças pacificamente e levar a sociedade a um lugar melhor”, insistiu.

Amy Klobuchar, senadora de Minnesota no Congresso em Washington e amiga de Hortman, descreveu a deputada como uma pessoa dedicada ao serviço público e envolvida com temas como os direitos das mulheres e as energias limpas.

"Quero ser absolutamente clara: este foi um ato de violência política seletiva e um ataque a tudo o que defendemos como democracia", declarou Klobuchar. "Todos devemos condená-lo."

A ex-congressista federal Gabby Giffords, que sobreviveu a um tiro na cabeça em 2011 e hoje combate a violência armada, disse estar "arrasada" com a morte de Hortman.

Giffords publicou uma foto das duas juntas.

Os Estados Unidos também sofreram recentemente diversos ataques seletivos contra políticos.

Em julho passado, Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante um comício, e em 2022, o marido de Nancy Pelosi — então presidente democrata da Câmara dos Representantes — foi atacado com um martelo em sua casa na Califórnia (costa oeste).

T.Moore--PI